Olá, sortudos! Estás cansado das mesmas velhas armadilhas para turistas, dos pontos de referência cheios de gente e dos locais com demasiada informação? Com sede de uma verdadeira aventura que fará com que os teus amigos fiquem verdes de inveja? Aperte o cinto, porque estamos a mergulhar fundo nos países menos visitados do mundo. Estas jóias escondidas são onde o verdadeiro desejo de viajar encontra a estrada menos percorrida. Não vai encontrar estes locais numa brochura de viagens comum - são para os audazes, os corajosos e os mais ousados. Desde as ilhas remotas do Pacífico até aos cantos inexplorados de África, estamos prestes a embarcar numa viagem aos destinos mais desconhecidos do mundo. Vamos explorar estas terras excêntricas, saber o que as faz vibrar e porque é que são os últimos bastiões de viagens intocadas. Pronto para fazer parte do clube de elite dos globetrotters que já lá estiveram e já fizeram isso? Vamos lá!
Tuvalu
Tuvalu, um país insular da Polinésia no Oceano Pacífico, é uma das nações mais pequenas e remotas do mundo. Com cerca de 3 700 visitantes em 2019*, ainda assim mais de um quarto da população local (cerca de 12 000 pessoas), a sua obscuridade pode ser atribuída ao seu isolamento e às limitadas opções de voo. Tuvalu é um aglomerado de nove ilhas, que oferecem praias imaculadas e arborizadas com palmeiras, e um vislumbre de um estilo de vida tradicional e descontraído. A sua capital, Funafuti, é um pequeno atol de coral, com uma lagoa ideal para nadar e mergulhar. Apesar da sua beleza, Tuvalu enfrenta a ameaça existencial da subida do nível do mar.
- Visita obrigatória: O ilhéu de Fongafale, a área de conservação de Funafuti e as danças tradicionais polinésias.
- Saiba antes de ir: Instalações médicas limitadas; prepare-se para acomodações básicas. A Fiji Airways é a única companhia que efectua voos de ida e volta, sendo o serviço bastante inconsistente e os atrasos frequentes.
- Riscos: A subida do nível do mar representa uma ameaça para o ambiente. Atualmente, Tuvalu é muito vulnerável às alterações climáticas e as crianças locais são ensinadas na escola que podem ser a última geração a crescer na ilha antes de esta ser submersa pelo oceano.
Ilhas Marshall
As vulcânicas Ilhas Marshall, outro país do Oceano Pacífico, receberam cerca de 6.100 visitantes em 2019*. Composta por mais de 1.000 ilhas, esta nação é conhecida pela sua rica vida marinha, relíquias da Segunda Guerra Mundial (serviram como base japonesa e depois tornaram-se num local de muitos testes nucleares pelos militares dos EUA)e atóis impressionantes. O baixo número de visitantes deve-se à sua localização remota e acessibilidade limitada. As ilhas têm uma história cultural complexa, influenciada pela presença espanhola, alemã, japonesa e americana ao longo dos séculos.
- Visita obrigatória: Atol de Bikini para os entusiastas do mergulho, Atol de Majuro e Museu Alele.
- Saber antes de partir: Infra-estruturas turísticas limitadas; seja autossuficiente.
- Riscos: Localização remota; os cuidados de saúde são básicos. Exposto às alterações climáticas e ao risco de ser engolido pelas águas do oceano.
Niue
Niue, um país insular no Oceano Pacífico Sul, recebeu 10.200 visitantes em 2019*. Conhecida como "A Rocha da Polinésia" e uma das nações mais pequenas do mundo, Niue é um dos maiores atóis de coral elevados do mundo. A ilha é um paraíso para os aventureiros, oferecendo grutas de calcário, águas límpidas e uma mistura única de cultura polinésia e influência neozelandesa. O seu afastamento e as limitadas opções de alojamento contribuem para o seu baixo número de turistas.
- Visita obrigatória: Área de Conservação da Floresta de Huvalu, Gruta de Avaiki e mergulho com tubo de respiração nas Piscinas de Limu.
- Saber antes de partir: Economia baseada em dinheiro; voos limitados (um por semana, de ida e volta).
- Riscos: Época de ciclones de novembro a abril.
Kiribati
Em 2019, Kiribati, localizado no centro do Oceano Pacífico, atraiu cerca de 12.000 visitantes*. É constituído por 33 atóis e ilhas de recife, com uma rica biodiversidade marinha. O Kiribati é conhecido pelos seus importantes locais da Segunda Guerra Mundial, como a Batalha de Tarawa, e por ser o único país do mundo a tocar os quatro hemisférios. Em Kiribati encontra-se a Área Marinha Protegida da Ilha Phoenix, a maior área marinha protegida do mundo, ideal para actividades de mergulho e snorkeling. O surf, a pesca ou simplesmente a exploração são outras das principais atracções. As dificuldades de viajar até aqui, incluindo os voos pouco frequentes e as infra-estruturas turísticas limitadas, tornam-no menos visitado. O Kiribati oferece um verdadeiro refúgio para quem procura uma beleza natural intacta e um ritmo de vida mais lento, longe das multidões das ilhas mais comerciais. A ameaça das alterações climáticas e da subida do nível do mar no Kiribati acrescenta uma dimensão pungente a uma visita a esta nação única, atraindo potencialmente viajantes interessados em testemunhar a sua beleza antes que esta mude radicalmente.
- Visita obrigatória: A área marinha protegida de Phoenix Island, as relíquias da Segunda Guerra Mundial em Betio, Tabuaeran pela sua beleza e os espectáculos de dança tradicionais do Kiribati.
- Saber antes de ir: Prepare-se para ter comodidades muito básicas.
- Riscos: Vulnerável às alterações climáticas e à subida do nível do mar.
Micronésia
A Micronésia, com 18.000 visitantes em 2019*, é uma sub-região da Oceânia, composta por milhares de pequenas ilhas no Oceano Pacífico ocidental. É conhecida pelas suas praias com palmeiras, mergulhos em naufrágios e ruínas antigas. Apesar da sua beleza natural, a falta de voos diretos e a pouca visibilidade internacional fazem com que o número de turistas seja baixo. A vida nocturna nas zonas mais urbanas da Micronésia é supostamente uma das mais animadas das ilhas do Pacífico.
- Visitas obrigatórias: Ruínas de Nan Madol, Chuuk para mergulho em naufrágios e as paisagens exuberantes de Kosrae.
- Saber antes de partir: Os transportes entre as ilhas podem ser difíceis.
- Riscos: Instalações médicas limitadas; riscos naturais como tufões.
Montserrat
Montserrat, uma ilha montanhosa das Caraíbas, recebeu 19 300 visitantes em 2019*. Conhecida como a "Ilha Esmeralda das Caraíbas" pela sua semelhança com a costa da Irlanda e pela ascendência irlandesa de muitos dos seus habitantes, Montserrat oferece uma vegetação luxuriante, nascentes vulcânicas e uma mistura única de cultura africana, irlandesa e britânica. As devastadoras erupções vulcânicas dos anos 90 afectaram profundamente o seu turismo, tendo uma grande parte da ilha sido devastada e 2/3 da população local emigrado para outros países.
- Visita obrigatória: Vulcão Soufrière Hills, Observatório do Vulcão de Montserrat e Baía Rendezvous.
- Saber antes de partir: Parte da ilha é uma zona de exclusão devido à atividade vulcânica.
- Riscos: Atividade vulcânica; apenas acessível por via aérea ou marítima.
Ilhas Salomão
As Ilhas Salomão, um arquipélago no Pacífico Sul, receberam 29.000 visitantes em 2019*. Conhecidas pela sua história da Segunda Guerra Mundial, pela vibrante cultura melanésia e pelos soberbos locais de mergulho, as ilhas permanecem fora dos circuitos habituais devido à limitação dos voos diretos e do marketing.
- Visita obrigatória: Os locais da Segunda Guerra Mundial de Guadalcanal, o mergulho em Munda e a Lagoa Marovo.
- Saber antes de partir: Infra-estruturas turísticas básicas; respeitar os costumes locais.
- Riscos: A malária é prevalecente; instabilidade política.
São Tomé e Príncipe
São Tomé e Príncipe, uma nação insular africana perto do equador, recebeu 34.900 visitantes em 2019*. Famoso pela sua produção de cacau, o país oferece florestas tropicais exuberantes, belas praias e arquitetura colonial portuguesa. A sua obscuridade deve-se em parte à sua localização remota e à ausência de turismo de massas.
- Visita obrigatória: O Parque Nacional de Obo, a arquitetura colonial de São Tomé e as praias do Príncipe.
- Saber antes de partir: O português é a língua principal; instalações de saúde limitadas.
- Riscos: As deslocações entre as ilhas podem ser irregulares.
Comores
As Comores, um arquipélago ao largo da costa oriental de África, recebeu 45 000 visitantes em 2019*. Conhecidas pelas suas paisagens vulcânicas, florestas tropicais e plantações perfumadas de cravo-da-índia e baunilha, as Comores debatem-se com a instabilidade política e a falta de promoção, o que influencia o seu turismo.
- Visitas obrigatórias: O vulcão do Monte Karthala, o Parque Marinho de Mohéli e a antiga medina de Moroni.
- Saber antes de partir: O francês e o árabe comoriano são amplamente falados.
- Riscos: Instabilidade política; risco de erupções vulcânicas.
Guiné-Bissau
A Guiné-Bissau, na África Ocidental, com 52.000 visitantes em 2019*, é conhecida pela sua cultura diversificada e vida selvagem. O arquipélago dos Bijagós, com as suas florestas sagradas e aldeias tradicionais, é um ponto alto. No entanto, a falta de infra-estruturas e a agitação política são factores dissuasores para os turistas.
- Visita obrigatória: Arquipélago dos Bijagós, Porto Pidjiguiti, em Bissau, e Parque Nacional de Dulombi-Boé.
- Saber antes de ir: Língua portuguesa; infra-estruturas turísticas limitadas.
- Riscos: Instabilidade política; os cuidados de saúde são muito básicos.
Iémen
O Iémen, no extremo sul da Península Arábica, é conhecido pela sua história antiga, paisagens deslumbrantes e cultura rica. Os locais históricos do país, como a Cidade Velha de Sana'a e a ilha de Socotra, são Património Mundial da UNESCO. No entanto, os conflitos actuais e a instabilidade política têm afetado gravemente o turismo.
- Visita obrigatória: A ilha de Socotra, a cidade velha de Sana'a e os arranha-céus de tijolo de barro de Shibam.
- Saber antes de partir: Atualmente, não se recomenda a viagem devido ao conflito.
- Riscos: Preocupações de segurança significativas; zonas de conflito activas.
Somália
A Somália, situada no Corno de África, tem uma costa ao longo do Golfo de Aden e do Oceano Índico. Conhecida pela sua rica história e património cultural, incluindo arte rupestre antiga, a Somália tem sido assolada por instabilidade política e problemas de segurança, que têm dificultado o turismo.
- Visita obrigatória: As pinturas rupestres de Laas Geel, as praias de Berbera e os mercados de Mogadíscio.
- Saber antes de partir: De um modo geral, não se recomenda viajar devido a questões de segurança.
- Riscos: Elevado risco de terrorismo, pirataria e sequestro.
Guiné Equatorial
A Guiné Equatorial, situada na costa ocidental da África Central, é constituída por um continente e cinco ilhas habitadas. É conhecida pela sua cultura diversificada e pela sua biodiversidade. Apesar da sua riqueza petrolífera, o turismo é mínimo devido às políticas restritivas em matéria de vistos e às infra-estruturas turísticas pouco desenvolvidas.
- Visita obrigatória: A arquitetura colonial espanhola de Malabo, o Vale de Moca e o Parque Nacional Monte Alen.
- Saber antes de partir: O espanhol é a língua oficial; rico em petróleo, mas com um desenvolvimento turístico limitado.
- Riscos: Requisitos rigorosos em matéria de vistos; tensões políticas ocasionais.
Nauru
Nauru, o terceiro país mais pequeno do mundo, situado na Micronésia, no Pacífico Sul, é conhecido pela sua história de extração de fosfato. Não dispõe de infra-estruturas turísticas e é de difícil acesso, o que contribui para o reduzido número de visitantes. As suas atracções incluem praias imaculadas e uma história intrigante. Nauru é considerado por alguns como o país menos visitado do mundo, com pouco mais de 100 visitantes por ano, embora não existam números oficiais.
- Visita obrigatória: Baía de Anibare, Crista do Comando e Lagoa da Buada.
- Saber antes de ir: Alojamento muito limitado; uma ligação aérea.
- Riscos: Dependência económica da extração de fosfatos; questões ambientais.
Sudão do Sul
O Sudão do Sul, o país mais recente do mundo, tem paisagens vastas e diversificadas, mas é afetado pela instabilidade e carece de infra-estruturas turísticas. A beleza natural e a vida selvagem do país têm potencial, mas os actuais desafios políticos e sociais dissuadem os visitantes.
- Visita obrigatória: Parque Nacional de Boma, Parque Nacional de Nimule e o Nilo Branco.
- Saber antes de partir: Em geral, não se recomenda viajar devido à instabilidade.
- Riscos: Agitação civil em curso; infra-estruturas subdesenvolvidas.
Líbia
A Líbia, com a sua costa mediterrânica e a sua rica história, alberga antigas ruínas gregas e romanas, como Leptis Magna. No entanto, a instabilidade política e as preocupações com a segurança após a revolução de 2011 reduziram drasticamente o turismo.
- Visita obrigatória: Leptis Magna, Cirene e o deserto do Sara.
- Saber antes de partir: Os actuais avisos de viagem desaconselham a visita devido aos conflitos.
- Riscos: Instabilidade política; ameaça de terrorismo e de sequestro.
Turquemenistão
O Turquemenistão, na Ásia Central, é conhecido pela sua cultura única, pelo deserto de Karakum e pelos locais históricos ao longo da Rota da Seda. No entanto, os requisitos rigorosos em matéria de vistos e os regulamentos governamentais fazem dele um dos países menos visitados.
- Visita obrigatória: A cratera de gás de Darvaza, a antiga Merv e os edifícios de mármore branco de Ashgabat.
- Saber antes de partir: O processo de obtenção de visto pode ser complicado; é frequentemente necessária uma visita guiada.
- Riscos: Governo autoritário; liberdade de circulação restrita para os turistas.
Cada um destes países, apesar da sua beleza e ofertas culturais únicas, continua a ser menos viajado devido a uma combinação de questões geopolíticas, localizações remotas e infra-estruturas turísticas limitadas. Representam territórios inexplorados para os viajantes mais aventureiros, oferecendo experiências autênticas e intocadas.
Muito bem, almas aventureiras, está encerrada a nossa viagem épica pelos países menos visitados do mundo. Estes locais não são apenas destinos; são emblemas de honra para qualquer verdadeiro Lucky Bastard. Oferecem mais do que apenas um carimbo no passaporte - prometem histórias únicas, experiências inigualáveis e o tipo de credibilidade de viagem que não se pode comprar. Claro que vêm com os seus desafios, mas isso faz parte da emoção, certo? Quer se trate de explorar a beleza intocada de Tuvalu, de navegar pelas complexidades do Iémen ou de conhecer a cultura crua da Guiné-Bissau, cada um destes países tem a sua própria história para contar. Lembre-se, não se trata apenas do destino; trata-se da viagem, da aventura e do direito de se gabar. Por isso, faça as suas malas, abrace o desconhecido e prepare-se para contar algumas histórias épicas. Continuem a vaguear, continuem a explorar e, mais importante, continuem a ser os Lucky Bastards que são!
Já visitaste alguns desses países/territórios? Se sim, tem alguma experiência selvagem ou interessante que queira partilhar? Não esperes mais e partilha a tua história com a comunidade!*As estatísticas foram comunicadas pelo Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas e baseiam-se no número de visitantes em 2019, que foi considerado mais representativo de um ano típico em comparação com 2020 devido ao encerramento global da COVID-19